Cíntia Tavares
ciintiatavares@hotmail.com
Um sorriso. Um abraço. Um aperto de mão. Expressões
de sentimentos que ilustram, em casa, na praça, no parque, na rua, os desejos
que um cidadão nutre ao outro. O brasileiro é conhecido pela receptividade,
pelo coração sempre aberto e disponível a utilizar o que possui em benefício de
outras pessoas. Uma característica de quem tem os olhos nas dificuldades e nos
desejos daqueles que o cercam.
Porém, diante do advento da tecnologia e da profusão
das comunicações, um público conhecido pelo carisma e otimismo, parece
envolver-se ao individualismo. Ignorando as demonstrações de afeto e preferindo
aliar-se a poucos e fiéis amigos. Esta é, em muitas ocasiões, a grande
justificativa de uma parcela. A dificuldade em exercer a confiança. E neste
contexto, como confiar nas pessoas que cruzam o nosso caminho nas ruas?
Na cidade de Piracicaba, a jornalista Alessandra
Fraga, decidiu, numa quinta-feira, 31 de maio, testar o afeto das pessoas na
Praça José Bonifácio. Alessandra interagiu com o público que passava pelo local
utilizando um cartaz com os dizeres “Preciso de um ABRAÇO”, e avaliou que a
divergência de opiniões sobre o ato de carinho chega a gerar estranhamento por
parte das pessoas.
Alessandra havia enfrentado um dia
complicado e foi para a rua expor o desejo por um dia melhor. Outras pessoas
fazem da rua um palco para declarações, pedidos ou reivindicações. Isso trás
identidade à rua. Ela não é apenas um “caminho ladeado de casas ou muros nas
povoações”, como descreve o dicionário da Língua Portuguesa Michaelis. A rua é
expressão viva do que chamamos de vida. Ela é inerente a este conjunto de
pessoas e lugares. A rua é parte de tudo o que compõe a história da gente.
Um local disponível para reafirmar e
projetar mudanças e conquistas. Ora, podemos dizer sim que ela é um caminho
ladeado de casas, muros e instituições, mas a isso está anexada a existência do
ser humano.
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