domingo, 5 de agosto de 2012

Compromisso é prejuízo



Cíntia Tavares

Interesse público, prioridades, defender o bem coletivo, engajar-se nas causas que cercam a população são termos muito comuns em épocas de campanhas eleitorais. Só nas campanhas, diga-se de passagem.  Há quem diga que as religiões trabalham exclusivamente para atingir o emocional de seus integrantes. Já no que diz respeito à política, ninguém está trabalhando com o emocional da população, não é mesmo? Ao menos, o trabalho desta primeira é constante e possui alvos e objetivos, o que não se tem visto na Câmara de Vereadores de São Paulo.

Reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, apresenta a informação do descaso de vereadores com as questões que interessam à sociedade que os elegeu. Referimo-nos a descaso tendo como base as mais de 105 licenças tiradas pelos vereadores ainda nestes primeiros cinco meses.

A ausência não reflete apenas que o fator prioridade destes senhores está invertido, ela mostra que muitos dos atributos do profissional não estão bem fixados. Entende-se que o vereador dedicará no mandato tempo e conhecimento em benefício de toda uma sociedade, mas, o país não tem alcançado este alvo até o momento. Fique claro que esta é uma discussão de longa data no Brasil, não se retome aqui simplesmente os questionamentos de “por que, como, onde e quando” o descaso acontece e através de quem. Diante do problema e das longas soluções apresentadas, voltem-se os olhos para o que precisa ser feito a partir deste passo.

Inicialmente, entenda-se que o trabalho do vereador é de extrema importância e representa um quadro único da evolução do país que aliado a um governo compromissado dará novos rumos e representará, verdadeiramente, a população. Compromisso, eis a questão. Qual a definição da palavra “compromisso” entre os políticos deste país? Certamente, ela está um tanto deturpada já há algum tempo. E que tempo!

Sobretudo, é possível identificar que há compromisso em alguns aspectos, na folha salarial dos senhores políticos, por exemplo. A maioria que esteve ausente das sessões plenárias recebeu o pagamento na data correta. Neste ponto há compromisso. Mas, há também alguns benefícios para estes “caros” homens, afinal, eles “merecem” receber compromisso mesmo quando não retribuem da mesma forma. Neste caso, parece até que ter compromisso gera mesmo é prejuízo. 

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