domingo, 5 de agosto de 2012

Educação como empreendimento



Cíntia Tavares

Ser um jogador de futebol é o sonho de milhares de meninos em todo o país. Na maioria desses casos, o sonho de estar em campo encontra-se atrelado ao desejo de proporcionar uma “vida melhor” para a família. Uma casa bonita para a mãe e o carro do ano para o pai. A faculdade do irmão, a tranqüilidade, o conforto. Todos estes fatores possuem um atrativo muito forte e passeiam por entre o coração e a mente destes meninos.

Ronaldo, O fenômeno. Um menino como tantos outros, vindo de uma família simples, com desejos no coração e muita vontade para correr pelos sonhos e pelos campos. Logo, o menino via o desejo torna-se realidade e as possibilidades de um novo caminho surgiam como um belo arco-íris após a chuva de uma tarde de verão. Ele agarrou a chance e voou, ou melhor, correu para mostrar à que veio. Construiu uma bela carreira e registrou-se como um jogador de qualidade respeitável e admirável.

Todavia, a continuidade do caminho não foi sempre assim. Certa vez, alguém disse “O fim de sua trajetória é mais importante do que o início dela”. Envolvimento amoroso, gravidez, casamento e o nascimento do primeiro herdeiro, Ronald. Depois, envolvimento amoroso, casamento e rapidamente, o fim, quem se lembra de Daniela Cicarelli? Daqui em diante foi duro manter o caminho intacto. É fato que isto não é acessível a nós, seres-humanos, o alongar da vida sempre nos reserva, entrelinhas, surpresas boas ou não.

Mas, de forma geral, tentamos conciliar a nossa vontade com as possíveis alterações que nos encontrem pela estrada. O fenômeno nunca se preocupou muito com isso, percebe-se inclusive que ele gosta mesmo é de “deixar a vida levar”.  Os escândalos ao redor do ídolo do futebol aumentavam consideravelmente. O jornal “O Estado de S. Paulo” publicou no último dia 8 de junho, matéria intitulada “Ronaldo faz ‘intensivo’ para brilhar no mercado”, o texto relata o investimento do jogador/empresário em preparação aos jogadores. Destaca-se a frase em que ele afirma que a busca é por dar suporte completo aos jogadores e não a quantidade.

Mas, quando se fala em suporte completo entra em questão o processo de preparação educacional destes jovens? Sabe-se que o fator educação é uma discussão redundante no país, muito se fala, pouco se muda. Porém, a peça chave para um futuro bem sucedido nesta e em todas as demais áreas é a educação. Não deixa de ser.

Um jovem com instrução e estratégias de organização para a etapa a ser iniciada, fará de uma geração, uma nova realidade. São planos que precisam, fielmente, estar aliados a este fator prioritário, a educação. Educar para jogar, educar para treinar, educar para falar, para pensar, para agir, para organizar e para ser. Educar é a fonte para a continuidade. A educação, certamente, está entre este “suporte completo” citado pelo craque. Pelo menos é o que esperamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário